A abertura dos trabalhos do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia se deu com oração, música e procissão. Os participantes do Sínodo se reuniram diante do túmulo de São Pedro, na Basílica Vaticana, fizeram orações, ouviram cantos, inclusive um da região amazônica, e seguiram em procissão ao lado do Papa Francisco.
O caminho para a sala sinodal ficou cheio de bispos, religiosos, leigos e índios que vão contribuir, durante três semanas, para as discussões sobre os novos caminhos de evangelização na região amazônica. Muitos carregavam cartazes com imagens de mártires, outros levavam objetos da cultura indígena, como barcos e redes.
Já na sala de trabalhos, o Papa fez a saudação inicial. Ele destacou o trabalho de milhares de pessoas na preparação do Sínodo, na escuta das necessidades da população amazônica e nos eventos pré-sinodais. Francisco lembrou que tudo o que for discutido a partir de agora precisa ser visto pelos mais diversos ângulos. “As discussões que começam hoje precisam envolver quatro dimensões: pastoral, cultural, social e ecológica”.
Por fim, o Papa pediu atenção aos participantes para que não criem dois Sínodos, “o do lado de dentro e o do lado de fora”, referindo-se às informações que devem ser repassadas aos jornalistas com prudência. “Uma informação impudente leva a equívocos”, alertou o pontífice.
Em seguida, o relator-geral do Sínodo para a Amazônia e presidente da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), cardeal Cláudio Hummes, afirmou em sua saudação inicial que a Igreja precisa definir novos caminhos. “Ela (a Igreja) não pode ficar sentada em casa, cuidando de si mesma, cercada de muros de proteção. Muito menos ficar olhando para trás com certa nostalgia de tempos passados. Precisa abrir as portas, derrubar muros que a cercam e construir pontes, sair e pôr-se a caminho na história”, explicou o cardeal Hummes.
Já o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, o cardeal Lorenzo Baldisseri, usou seu pronunciamento durante a sessão inaugural da assembleia especial para a região Pan-Amazônica para reforçar os dois principais objetivos do evento: “A Amazônia é uma terra de missão, com características próprias, que exigem de nós adequadas propostas para dar uma resposta à necessidade de evangelizar. Por outro lado, o Sínodo deverá enfrentar a provocação causada pela questão ambiental, respondendo com uma ecologia integral”.