Por: Renan Dantas
Durante os dias 20, 21 e 22 de outubro, a cidade de Juína foi palco do inspirador Encontro de Catequistas na Assembleia Diocesana da Catequese. Este evento reuniu com dedicação e entusiasmo catequistas de toda a Diocese de Juína, em uma jornada de profunda reflexão e partilha. A importância do Ministério da Catequese e o papel crucial desempenhado pelos catequistas em suas paróquias e comunidades foram debatidos de maneira enriquecedora, unindo corações e fortalecendo a fé.
O padre Joelsio, conhecido como Padre Joe, assessor diocesano da catequese, contribuiu com sua orientação e experiência, enriquecendo os debates. A espiritualidade também teve destaque, com um rito penitencial significativo e a presença de Dom Neri, que enfatizou a importância dos catequistas.
CELEBRAÇÕES E CONVIVÊNCIA
A Assembleia incluiu celebrações de missa e momentos de convivência, permitindo que os catequistas compartilhassem experiências e fortalecessem seus laços fraternos. Foi um momento de reflexão e comunhão para aqueles que desempenham um papel vital na formação espiritual das comunidades.
No contexto mais amplo da catequese, é imprescindível reconhecer o significativo desenvolvimento ocorrido na Igreja. Sob a orientação do Papa Francisco e seu Motu proprio “Antiquum ministerium”, o ministério de catequista foi estabelecido em 10 de maio de 2021, como uma resposta urgente à necessidade de uma evangelização eficaz no mundo contemporâneo, evitando, contudo, a clericalização. Essa determinação histórica sublinha a vital importância dos leigos e leigas que, impulsionados pelo seu Batismo, são chamados a colaborar ativamente na missão da catequese, particularmente em um mundo cada vez mais globalizado.
Esta proclamação histórica reforçou o papel central dos catequistas na transmissão da fé e levou a Igreja a abraçar abordagens inovadoras para tornar a proclamação do Evangelho coerente com a transformação missionária da Igreja. Além disso, vale a pena notar que o ministério laical de catequista tem raízes profundas que remontam ao Novo Testamento, sendo mencionado de maneira embrionária nos Evangelhos de Lucas e nas Cartas de São Paulo aos Coríntios e aos Gálatas. A história da evangelização nos últimos dois milênios evidencia a eficácia da missão dos catequistas, que asseguraram que a fé cristã fosse um alicerce sólido na vida de cada indivíduo, inclusive sacrificando suas vidas por esse propósito.
Portanto, o Motu proprio enfatiza a importância desse ministério que tem sido da maior relevância na formação e no desenvolvimento da comunidade cristã. O Papa Francisco destaca que, mesmo sem diminuir a missão própria do bispo, o primeiro catequista em sua diocese, nem a responsabilidade peculiar dos pais na formação cristã de seus filhos, é crucial valorizar os leigos que colaboram no serviço da catequese. Estes devem se dedicar ao encontro com aqueles que anseiam pela compreensão da beleza, bondade e verdade da fé cristã.
Nesse cenário, os Pastores são chamados a identificar ministérios laicais que contribuam para a transformação da sociedade, promovendo os valores cristãos no âmbito social, político e econômico. O catequista, como testemunha da fé, mestre, mistagogo, acompanhante e pedagogo, é convocado a demonstrar sua competência no serviço pastoral da transmissão da fé desde o primeiro anúncio até a preparação para os sacramentos da iniciação cristã, incluindo a formação permanente. No entanto, esse desafio só pode ser alcançado através da oração, do estudo e da participação ativa na vida da comunidade, garantindo que a identidade do catequista se desenvolva com coerência e responsabilidade. Receber o ministério laical de catequista imprime uma maior ênfase no compromisso missionário inerente a cada batizado e deve ser exercido de forma plenamente secular, evitando qualquer tentativa de clericalização.
Adicionalmente, o ministério de catequista é reconhecido como um serviço estável à Igreja local, com forte valor vocacional, exigindo o devido discernimento por parte do bispo. A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos publicará em breve um Rito de Instituição específico para esse ministério. A formação, a maturidade espiritual, a participação ativa na vida da comunidade cristã, o acolhimento, a generosidade, a vida em comunhão fraterna, o conhecimento bíblico, teológico, pastoral e pedagógico, bem como a experiência prévia na catequese, são elementos fundamentais que os catequistas devem possuir. Eles devem colaborar fielmente com presbíteros e diáconos, impulsionados por um verdadeiro entusiasmo apostólico.
Por fim, o Papa Francisco convida as Conferências Episcopais a concretizar o ministério de catequista, estabelecendo itinerários formativos e critérios normativos, de acordo com o Motu proprio. Este ministério também tem um forte valor vocacional, pois representa um serviço duradouro à Igreja local, que requer discernimento por parte dos bispos e um Rito de Instituição especial. O Papa enfatiza a importância de criar ministérios laicais que possam contribuir para a transformação da sociedade através da influência dos valores cristãos em todas as esferas da vida.
A Assembleia se encerrou com a definição de novos papéis para o coordenador de catequese, a nomeação de novos assessores e um projeto que busca elevar os catequistas a ministros da catequese. O objetivo é criar uma verdadeira casa de iniciação à vida cristã em suas comunidades e paróquias.
Diácono Paulo Alves, atual Chanceler na coordenação de pastoral da Diocese de Juína, enfatizou a importância da Catequese como alicerce das demais pastorais. Ele destacou o comprometimento de mais de 500 catequistas voluntários em toda a Diocese, que desempenham a nobre missão de formar fiéis na fé de Jesus.
O Diácono acredita que uma Catequese organizada é benéfica para a Igreja, paróquias e toda a Diocese, e se compromete a apoiar e motivar o aprimoramento contínuo desse ministério, visando a construção de uma Igreja sólida e significativa em sua comunidade.
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Com informações: Renan Dantas – Diocese de Juína