Juína, 16 de novembro de 2023 | Por: Renan Dantas
Há sete anos, o Brasil e o mundo se unem na celebração da VII Jornada Mundial dos Pobres, um compromisso estendido além de um dia, evidenciando a necessidade urgente de solidariedade diante da crescente pobreza global. Marcada para o dia 19 de novembro, esta jornada é mais do que uma celebração; é um chamado para transformar a compaixão em ação.
Enquanto celebramos a Jornada Mundial dos Pobres, é crucial reconhecer os desafios enfrentados em nossa nação e globalmente. No Brasil, a taxa de pobreza ainda persiste, afetando milhões de vidas e desafiando nosso compromisso com a justiça social. A pobreza não é apenas uma estatística; são rostos, histórias e vidas que clamam por compaixão e solidariedade.
Olhar para as estatísticas nacionais é confrontar a realidade de comunidades inteiras que lutam diariamente para suprir necessidades básicas. No entanto, a pobreza não conhece fronteiras; é um desafio global que requer uma resposta coletiva.
No contexto mundial, a taxa de pobreza destaca-se como um desafio persistente. Milhões de pessoas enfrentam a falta de acesso a condições básicas de vida, desde alimentação adequada até cuidados de saúde. Esta Jornada Mundial dos Pobres nos convida não apenas a olhar para a pobreza em nossa nação, mas a ampliar nosso olhar, reconhecendo a interconexão de nossas vidas em escala global.
Além do clamor do Papa Francisco para não afastarmos o olhar dos pobres (Tb 4,7), encontramos um convite à santidade em nossas ações. Inspirando-se na vida de Jesus, que dedicou sua vida e missão aos menos favorecidos, a jornada nos convoca a seguir esse exemplo na prática cotidiana.
Recordemos os ensinamentos de Jesus, que nos exortou a alimentar os famintos, vestir os nus e acolher os marginalizados. Sua vida foi um testemunho de compaixão e serviço aos mais vulneráveis, uma inspiração para que também possamos olhar para os pobres com o mesmo amor.
A identidade visual proposta para a VII Jornada Mundial dos Pobres é um mosaico envolvente intitulado “Olhe para mim!”. Este design busca conectar corações, representando a interligação entre pessoas de diferentes contextos, sejam dos campos, cidades, florestas ou águas, na preservação da Casa Comum.
As cores vibrantes presentes no mosaico evocam a alegria, comunhão e acolhimento. Elementos culturais adicionam camadas de significado, celebrando a diversidade e ressaltando a importância de cada indivíduo. Este mosaico visual não apenas comunica a essência da jornada, mas também convida a uma reflexão profunda sobre a interdependência de nossas vidas.
A mensagem visual é clara: “Olhe para mim!” transcende as barreiras, chamando à conexão e solidariedade, tornando-se um símbolo marcante dessa jornada dedicada à compaixão e serviço aos menos favorecidos.
O lema “Nunca afastes de algum pobre o teu olhar” (Tb 4,7) ressoa em gestos concretos. O chamado do Papa é para que, neste Dia dos Pobres, a preocupação de Tobite – convidar para partilhar o almoço dominical após a Mesa Eucarística – seja também a nossa. A Eucaristia torna-se um critério de comunhão, fortalecendo a fraternidade ao compartilhar a refeição festiva com quem carece do necessário.
A mensagem do Livro de Tobias nos instiga a sermos concretos em nosso agir com e pelos pobres, restabelecendo relações interpessoais afetadas pela pobreza. A solicitude pelos pobres deve refletir o realismo evangélico, correspondendo às necessidades concretas do outro, não ao supérfluo que queremos dispensar.
Em sua conclusão, o Papa Francisco nos lembra: “Nesta casa que é o mundo, todos têm direito de ser iluminados pela caridade, ninguém pode ser privado dela.” Que possamos, juntos, “nunca afastar de algum pobre o olhar” e manter nosso olhar sempre fixo no rosto humano e divino do Senhor Jesus Cristo.
Às portas da VII Jornada Mundial dos Pobres, somos desafiados a transformar nosso olhar em ações concretas de amor e solidariedade. Inspirados por Jesus e guiados pela mensagem do Papa Francisco, este compromisso luminoso com a caridade é a luz que nos orienta na construção de um mundo mais justo e solidário. Que possamos, individual e coletivamente, manter nosso olhar fixo no rosto humano e divino do Senhor Jesus Cristo, irradiando compaixão para com os pobres e agindo na transformação de mentes e ambientes por onde passarmos.
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Com informações: Renan Dantas – Diocese de Juína