Integrantes do grupo de produção de análise de conjuntura organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) voltou a se reunir presencialmente depois do período da pandemia na sede da Conferência, em Brasília (DF), dias 13 e 14 de março.
O grupo se reúne a cada 15 dias para preparar o material que é oferecido aos bispos que integram o Conselho Permanente, Conselho Episcopal Pastoral e à Assembleia da CNBB. As análises de conjuntura sempre abordam os aspectos sociais, econômicos, culturais, especialmente focada na realidade brasileira.
O bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, destaca que a equipe se reúne quinzenalmente e que vai refletindo, tendo como ponto de partida a análise anterior, para perceber o que evoluiu e pra onde vai a conjuntura do país. A vantagem disso, segundo o secretário-geral, é que se consegue ter uma sequência na compreensão da realidade.
Dom Joel também avalia como ponto positivo que a análise, feita por professores de diferentes pontifícias universidades católicas do país, não expressa apenas o ponto de vista de um ou outro especialistas mas que representa uma visão de conjunto, respaldado pelos programas de pesquisa das universidade, como de graduação, mas principalmente, de pós-graduação.
Mobilização da sociedade
Uma das integrantes do grupo, a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, destaca que o objetivo das análises do grupo é levar a reflexão aos bispos e, através deles, para todos os padres do Brasil, para que essa reflexão frutifique no âmbito da Igreja e mobilize a sociedade.
“Nós somos todos leigos e leigas e a partir da nossa percepção, dos nossos locais de fala, das nossas experiências. Mas também conscientes dos princípios que a Igreja defende, que toda a doutrina social da Igreja tem trazido, principalmente, nos últimos documentos, as encíclicas Fratelli Tutti, Laudato Si’”, disse.
Segundo ela, o grupo busca partir da diferentes experiências para contribuir em uma análise do que que está acontecendo concretamente no mundo para que todos os princípios da doutrina social da Igreja sempre sejam atualizados e possam se tornar uma realidade.
22ª análise rumo à 60ª AG CNBB
O bispo de Carolina (MA), dom Francisco Lima Soares, mestre em sociologia e doutor em Ciências da Educação, explica que nessa reunião o grupo está produzindo o 22º documento por ocasião da 60ª Assembleia Geral da CNBB, que será realizada de 18 a 28 de abril, em Aparecida (SP)
Na abertura do encontro, na segunda-feira, 13 de março, a equipe fez uma homenagem ao padre Thierry Linard de Guertechin, missionário jesuíta que atuava como membro da equipe de análise de conjuntura, da CNBB, morto no dia 30 de janeiro, vítima de um câncer. Uma cadeira foi deixada vazia junto à mesa onde o grupo que agora leva o nome do padre estava reunido.
“Ele sempre cobrou da Conferência conhecer a realidade, entender a realidade, ultrapassar as primeiras impressões, ultrapassar leituras ideologizadas, não ideológicas. Thierry sempre nos cobrou isso: superar as visões ideologizadas. E ele participou desse sonho, ele ajudou a construir esse sonho. Então, essa homenagem foi muito bonita. É uma cadeira vazia fisicamente, mas ela é cheia de memória, de muita lembrança e de muita gratidão por tudo aquilo que o padre Thierry significou para a Conferência e para esse grupo de análise de conjuntura”, ressaltou dom Joel.
A equipe da da análise de conjuntura é composta por professores, cientistas sociais e políticos das Pontifícias Universidades Católicas do Brasil e Universidade Católica de Pernambuco; pelo assessor político, padre Paulo Renato Campos, pelo assessor da Comissão Sociotransformadora da CNBB, frei Olavio Dotto, e por peritos convidados. Écoordenada pelo bispo de Carolina (MA), dom Francisco de Lima Soares.
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Com informações: cnbb.org.br