03/10/2023 OUTUBRO: MÊS MISSIONÁRIO DA IGREJA E A MISSÃO NA DIOCESE DE JUÍNA CELEBRANDO A MISSÃO, COMUNHÃO E PARTICIPAÇÃO.

Juína, 2 outubro | Por Renan Dantas

Missão junto aos povos Rikbaktsa / Foto: Pascom Diocesana

O MÊS MISSIONÁRIO NA IGREJA

O mês de outubro é tradicionalmente dedicado às missões na Igreja Católica. No entanto, é importante ressaltar que a missão não é apenas um evento anual, mas sim uma parte fundamental da identidade da Igreja. Desde a sua fundação, a Igreja foi chamada por Cristo para levar a mensagem de amor e esperança a todas as nações, cumprindo o Grande Chamado.

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO

No Dia Mundial das Missões de 2023, o Papa Francisco escolheu o tema “Corações Ardentes, Pés ao Caminho,” inspirado na história dos discípulos de Emaús, conforme narrado no Evangelho de Lucas (Lucas 24, 13-35). Nesta mensagem, o Papa Francisco destaca a importância de renovar o zelo pela evangelização no mundo contemporâneo, usando três elementos-chave da narrativa dos discípulos de Emaús:

Corações Ardentes: A Importância da Palavra de Deus

Os dois discípulos de Emaús estavam inicialmente desanimados e tristes devido à morte de Jesus. No entanto, o encontro com Cristo, especialmente na explanação das Escrituras, acendeu neles uma chama de entusiasmo. O Papa Francisco enfatiza que a Palavra de Deus tem o poder de iluminar e transformar os corações, mesmo nos momentos de desânimo. Ele exorta os missionários a permanecerem firmes na esperança, lembrando que o Senhor está sempre com eles, mesmo nas situações mais difíceis.

Olhos que se Abrem na Eucaristia: Cristo na Fração do Pão

O Papa destaca a importância da Eucaristia como fonte e ápice da missão da Igreja. Assim como os discípulos reconheceram Jesus na fração do pão, o ato de compartilhar a Eucaristia com os outros é a ação missionária por excelência. Ele incentiva os fiéis a cultivarem uma comunhão profunda com Cristo por meio da oração e adoração eucarísticas, tornando-se assim “místicos em ação.”

Pés ao Caminho: Proclamando Cristo Ressuscitado com Alegria

O relato dos discípulos de Emaús revela que, após reconhecerem Jesus, eles partiram imediatamente para Jerusalém para compartilhar a alegria do encontro com o Senhor. O Papa enfatiza que encontrar verdadeiramente Jesus ressuscitado deve nos impelir a compartilhar essa alegria com os outros. Ele lembra que a missão da Igreja é levar o Evangelho a todos os povos, especialmente em um mundo marcado por injustiças e divisões.

O Papa Francisco conclui sua mensagem destacando a necessidade de uma cooperação missionária de todos os membros da Igreja e reforçando que o amor de Cristo nos impele à ação missionária. Ele incentiva os fiéis a saírem com corações ardentes, olhos abertos e pés ao caminho, para proclamar Cristo Ressuscitado e compartilhar a alegria do Evangelho com o mundo.

Em um mundo em constante mudança, as palavras do Papa Francisco nos lembram da importância da missão evangelizadora da Igreja e da necessidade de compartilhar a mensagem de amor e esperança que vem de Cristo.

A MISSÃO DO POVO DE DEUS

A missão não é uma tarefa exclusiva do clero; é a missão de todo o povo de Deus. Os fiéis são chamados a serem testemunhas vivas do amor de Deus em suas vidas cotidianas. Nesse sentido, a Igreja emitiu diversos documentos orientando os cristãos a se envolverem na missão no mundo contemporâneo. Esses documentos destacam a importância de promover a justiça social, a paz e o diálogo inter-religioso como parte integrante da missão da Igreja.

DOCUMENTOS DA IGREJA SOBRE A MISSÃO

Entre os documentos da Igreja que orientam a missão no mundo atual, destaca-se a encíclica do Papa Paulo VI, “Evangelii Nuntiandi,” que enfatiza a evangelização como a missão primordial da Igreja. Além disso, a exortação apostólica do Papa Francisco, “Evangelii Gaudium,” ressalta a alegria de compartilhar o Evangelho e a necessidade de sair das zonas de conforto para alcançar os marginalizados.

DEPOIMENTO DE DOM NERI

Missa na Aldeia Rikbaktsa Mato Grosso / Foto: Pascom Diocesana

Missão, comunhão e participação são os três pilares do sínodo sobre a sinodalidade.

Outubro já é uma tradição na história da Igreja como um mês dedicado às missões. Sabemos que a missão está no DNA da igreja, assim como Jesus a concebeu. Por isso, ela leva os sinais da vida salva em Cristo até os confins da Terra. Na diocese de Juína – MT, destacamos sua vocação missionária, localizada em uma região de fronteira e periferia. Em todos os lugares, somos chamados à missão, que é parte intrínseca do nosso ser cristão. Nas nossas comunidades, famílias e paróquias, a missão ecoa, pois ela envolve mais do que teoria ou doutrina, mas também um testemunho de vida, de acolhimento, escuta, humildade e simplicidade. A Missão é um Dom de Deus.
Oxalá que todos nós nos tornemos missionários, discípulos de Jesus Cristo. Na nossa diocese, tive a graça de realizar batizados e o Sacramento da Crisma em 2 aldeias da Etnia Rikbaktsa no dia 1º de outubro iniciando o mês missionário, com a presença de muitas pessoas. Foi uma cerimônia linda, alegre e festiva. Os indígenas são missionários, pois o Deus que eles rezam é o mesmo que adoramos, o Deus da vida, da criação e da natureza, presente na Bíblia. Eles também são missionários, pois nos ensinam a cuidar de toda a criação de Deus. A vida deles é uma atitude espiritual constante, sem momentos de celebração instantânea, pois a espiritualidade permeia tudo. A missão da igreja deve estar próxima dos povos indígenas. A alegria de seguir Jesus Cristo está em compartilhar nossa vida, fé, esperança, trabalho, família e comunidade. Bendito seja Deus pela missão da Igreja. Oxalá que cada um possa sentir-se chamado e enviado para essa missão.

A MISSÃO COMO CHAMADO UNIVERSAL

Neste mês missionário, somos convocados a viver plenamente o espírito da missão, como verdadeiros discípulos de Cristo. É uma oportunidade para reavivar o fogo da fé e renovar nosso compromisso de levar a mensagem de amor e esperança a todas as nações.

Com corações incendiados pela Palavra de Deus, nossos olhos se abrem na Eucaristia, onde encontramos a presença viva de Cristo na fração do pão. Esse encontro não é apenas um ritual, mas a essência da ação missionária da Igreja. Cultivar uma comunhão profunda com Cristo por meio da oração e adoração eucarísticas nos torna “místicos em ação,” prontos para compartilhar a luz da fé com o mundo.

Nossa missão não é um encargo exclusivo do clero; é uma missão de todo o povo de Deus. A Igreja nos orienta através de diversos documentos a nos envolvermos na missão, enfatizando a importância de promover a justiça social, a paz e o diálogo inter-religioso como parte integrante desse compromisso.

Na Diocese de Juína, onde a missão é intrínseca à nossa identidade, testemunhamos a beleza da missão nas aldeias indígenas. Ali, a espiritualidade é constante, e a comunhão com Deus é profunda. Os indígenas são também missionários, nos ensinando a cuidar de toda a criação de Deus. A missão da Igreja deve abraçar a todos, independentemente de sua origem, pois todos somos chamados e enviados para esse nobre propósito.

Assim, iniciamos este mês missionário com coragem e alegria, prontos para compartilhar o amor e a esperança de Cristo com o mundo. Que nossa fé seja nossa luz, e que nossa missão seja um testemunho vivo do amor divino. Avancemos juntos, confiantes na graça de Deus, na construção de um mundo mais justo e fraterno. Que a coragem e alegria que emanam desta missão iluminem nossos corações e inspirem outros a se unirem a nós na jornada da fé e do amor. Afinal, a missão é uma dádiva de Deus que nos convida a fazer parte de Sua obra transformadora neste mundo.

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Com informações: Renan Dantas