Amazônia e sua Igreja são de todo o Brasil, destaca dom Sergio da Rocha.
Coordenadores de pastoral, religiosos, religiosas, leigos e leigas dos seis regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que fazem parte da Amazônia Legal participam até o dia 16, na cidade de Belém (PA), do II Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal. A reunião que começa nesta segunda-feira (14), tem como proposta discutir a realidade política, social, econômica, cultural e religiosa da região, e a contribuição da Igreja Católica para a promoção e defesa da vida dos habitantes e da biodiversidade. A proposta é fazer uma análise geral de como está sendo desenvolvido o trabalho missionário, atualmente, na região. Além disso, ouvir o depoimento dos bispos e, a partir daí, traçar novas perspectivas e estabelecer novos desafios.
O presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB, cardeal Claudio Hummes, diz que o encontro vai ser uma oportunidade para criar uma unidade ainda maior. “Esses encontros sempre visam fortificar as unidades sem desrespeitar a diversidade da região, é claro”, afirma.
O trabalho missionário da Igreja Católica na Amazônia existe há 400 anos, desde fundação da cidade de Belém. De lá para cá muito já foi feito e outros tantos desafios ainda precisam ser enfrentados. “A igreja sempre teve presente na história da Amazônia e sempre esteve presente para acompanhamento do povo na história e para ajudar a iluminar o caminho nessa história”, afirma o cardeal Hummes. O primeiro encontro ocorreu em Manaus (AM), em 2013 e, ao final do encontro foi redigida e divulgada uma carta-compromisso. O bispo emérito do Xingu (PA) e presidente do Comitê Brasileiro da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), dom Erwin Kräutler, explica que ainda tem muito a ser feito na região. “O documento foi uma indicação, dicas para todas as prelazias e dioceses para implantação e fortificação da igreja na Amazônia. O que importa é que as igrejas tomem consciência que todos nós temos que caminhar na mesma direção e viver o compromisso na Amazônia”, ressalta dom Erwin.
Durante o II Encontro também deve ser dado destaque às experiências pastorais em execução na região, bem como refletir sobre novas propostas pastorais à luz dos documentos e orientações do papa Francisco.
Nos dias 17 e 18, a reunião prossegue com a participação das Igrejas-irmãs, um projeto previsto nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) que atende à necessidade de “forte impulso para a cooperação entre as Igrejas Particulares”, uma vez que são muito grandes as carências em várias regiões do país, ao mesmo tempo que existe uma sensibilidade crescente também para a cooperação missionária além fronteiras. O arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, dom Sergio da Rocha, que será criado cardeal no próximo dia 19 de novembro, em recente entrevista à Rádio Vaticano explicou a importância desta parceria, seja para quem envia ajudas, como para quem as recebe. “Creio que este encontro que está sendo programado certamente vai animar ainda mais a comunhão e a corresponsabilidade da Igreja no Brasil com a Igreja que está na Amazônia”.
“Eu desejei muito que este momento acontecesse, procurei apoiar e incentivar a realização deste evento e é claro que ele é a expressão de que a Amazônia e a sua evangelização não se restringem aos bispos e às Igrejas que se localizam naquela região, mas diz respeito ao conjunto do Brasil, isto é, a Amazônia interpela o conjunto da Igreja no Brasil e diria também da América Latina”, ressaltou dom Sérgio.
São os regionais da CNBB na Amazônia Legal: Norte 1 (norte do Amazonas e Roraima), Norte 2 (Amapá e Pará), Norte 3 (Tocantins e norte de Goiás), Nordeste 5 (Maranhão), Noroeste (Acre, sul do Amazonas e Rondônia) e Oeste 2 (Mato Grosso).