“Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Assim iniciamos ou terminamos as celebrações, os sacramentos e as nossas orações. Sempre nos reunimos em nome da Trindade Santa.
Conforme o Catecismo da Igreja Católica (nº 261s) “A Santíssima Trindade é o mistério central da fé e da vida cristã. Só Deus no-lo pode dar a conhecer, revelando-se a si mesmo com Pai, como Filho e como Espírito Santo”.
Jesus durante os três anos de pregação, muitas vezes se referia ao Pai que cuida, cria, ama e salva. Mas também se refere ao Espírito Santo como o Paraclito, como aquele que vem para iluminar, para dar força e coragem na missão.
A Palavra de Deus (Jo 3,16-18) conduz ao centro da fé: “Deus amor tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito”.
Crer que Deus ama a cada um de nós. Crer em Deus Pai Criador; em Deus Filho o Salvador e crer no Espírito Santo o revelador, o iluminador. Crer na Santíssima Trindade. Quem nos dá esta graça é o Espírito Santo. “Quando vier o Espírito da verdade, ele vos conduzirá à plena verdade”. A Santíssima Trindade é mistério profundo, mas que o vivenciamos a cada dia através de gestos e palavras simples. Iniciamos as orações “em nome do Pai, do Filho e do Espírito santo”. Saudamos a Santíssima Trindade rezando: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo”. Todos os sacramentos são realizados em nome da Santíssima Trindade: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. “Eu te absolvo de teus pecados em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo”. Quando os noivos se colocam diante do altar após o compromisso de mútua aceitação o ministro reza: “Eu os declaro unidos pelo sacramento do matrimônio em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
A SANTÍSSIMA TRINDADE É CONVITE PARA A MISSÃO. Somos enviados pela Trindade Santa. “Toda autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo que vos ordenei. Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20). Quanta beleza e profundidade nestas palavras de Jesus. Expressa o amor que Jesus tem pela humanidade. Sua obra de salvação estava terminada. Agora é a vez dos seus seguidores “irem, partirem em missão”, anunciando o Evangelho, criando comunidades e fazendo discípulos. Na certeza de que Jesus está conosco, na certeza de que a Trindade Santa nos ilumina, somos chamados a sermos discípulos missionários. Como é animador ver em nossa diocese tantos leigos e leigas missionários, engajados nas pastorais e movimentos eclesiais e na missão evangelizadora. Isto é Igreja viva, igreja missionária, seguidora de Jesus.
São Paulo nos ensina “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espirito Santo estejam com todos vós” (2Cor 1213). Deus está conosco. Não somos criaturas perdidas neste universo. Somos acima de tudo filhos/as amados/as de Deus. A dignidade da pessoa humana nasce do amor da Trindade Santa para conosco. Somos filhos e herdeiros, portanto irmãos e irmãs uns dos outros.
O Livro dos Provérbios (8,22-31) se expressa sobre a força e presença da Trindade através dos tempos. “Eu estava junto com ele, como mestre-de-obras. Eu era o seu encanto todos os dias, e brincava o tempo todo em sua presença; brincava na superfície da terra, e me deliciava com a humanidade. Portanto, meus filhos, me escutem: Felizes os que seguem os meus caminhos”.
A Santíssima Trindade nos ensina a vivermos na unidade. Somos uma Igreja uma, santa, católica e apostólica. Isso professamos em nosso Credo. A Trindade é exemplo de comunidade. Todas as nossas comunidades inspiram-se na unidade que provem da Trindade. Onde existe ódio, concorrência, divisões, discórdias, rancores, explorações… não condiz com a dignidade dos filhos e filhas de Deus. A Santíssima Trindade nos ensina a viver na unidade, na concórdia, na harmonia, no diálogo, na mútua correção, na abertura de coração, no olhar sincero, no abraço, na acolhido e na missão.
Que o Sagrado Coração de Jesus, patrono da Diocese, derrame abundantes graças e bênçãos sobre cada um de nós. Saúde aos doentes, alegria aos tristes, esperança aos desanimados.
Dom Juventino Kestering
Bispo Diocesano de Rondonópolis