De Roma, onde participa até o dia 28/10 como padre sinodal da XV Assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos sobre o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, dom Jaime Spengler, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada e arcebispo de Porto Alegre (RS) concedeu entrevista ao VaticanNews na qual, entre outros assuntos, falou sobre as Eleições 2018 no Brasil.
Para o arcebispo, estamos vivendo uma crise de confiança muito grande, apesar de as instituições funcionarem. Em sua avaliação, as Eleições 2018 deixaram a desejar no debate de programas e propostas para o país. “Nos falta um projeto de nação que seja capaz de aglutinar o nosso povo e de dizer vamos olhar para a frente e pensar no futuro”, ressaltou.
Na avaliação do religioso, não temos apenas uma crise ética, à qual já estamos acostumados a lidar, mas também uma crise antropológica que aponte qual a noção de pessoa humana que orienta as decisões das diversas instâncias da sociedade e também as decisões do mundo político.
Dom Jaime, apesar do contexto, conclama a olharmos para frente. “Seja lá quem for eleito, no próximo domingo, terá uma missão enorme pela frente: unir a nação e povo brasileiros”, disse. O novo presidente precisará propor um caminho marcado pela Esperança de algo novo que seja capaz de proporcionar “vida em abundância para todos”.
O padre sinodal recordou as palavras proferidas pelo papa Francisco na Jornada Mundial da Juventude, em 2013, quando disse aos jovens: “Não permitamos que nos roubem a esperança”. “Nesse momento da Nação, não podemos permitir que sejamos roubados na esperança. Porque sabemos que a esperança dá horizontes e cria utopias e estes são necessários para uma sociedade sadia”, concluiu.