Evangelizar é a tarefa de sempre da Igreja. No Brasil, a Ação Evangelizadora da Igreja tem uma direção, que é dada através do que chamamos Diretrizes, que são princípios, rumos, orientações. Trata-se de um Documento que a Conferência Nacional dos Bispos prepara a cada quatro anos, com o cuidado de que o serviço pastoral responda de forma mais adequada às necessidades e aos desafios que se apresentam, favorecendo a transmissão da fé.
Atenta e buscando ser fiel ao “Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa-Nova a toda criatura”(Mc 16,15), a Igreja continua no tempo e no espaço a ação evangelizadora de Jesus, procurando garantir o cuidado pela pregação e pelo testemunho, sempre na perspectiva da missão para libertar e salvar.
As Diretrizes quadrienais revelam a seriedade da Igreja no que se refere à sua tarefa no mundo e também são expressão da colegialidade entre os bispos e da comunhão entre as Igrejas Particulares (Dioceses) nos 18 Regionais da CNBB. Das Diretrizes Nacionais derivam os Planejamentos Regionais, que fazem a passagem para os Planos Diocesanos de Pastoral, e estes apresentam os caminhos e as estratégias para a aplicação e operacionalização das Diretrizes a nível local.
As Diretrizes para a Ação Evangelizadora (2019-2023) foram muito enriquecidas com a Conferência de Aparecida que exortou fortemente para uma pastoral decididamente missionária a partir de uma necessária conversão pastoral. Também estão alinhadas com o Magistério do Papa Francisco, especialmente no que se refere à Exortação Apostólica Evangelii Gaudium que convoca a todos os fiéis para uma “Igreja em saída”, serva e servidora, numa nova etapa evangelizadora caracterizada pela alegria. Além disso, faz eco ao Documento 100 da CNBB “Comunidade de Comunidades: uma nova paróquia”, que propõe a descentralização, a transformação das estruturas e a formação de comunidades, valorizando a experiência da Igreja doméstica e atentando para a grande inspiração que nos dão as primeiras comunidades cristãs que “perseveravam na escuta do ensinamento dos apóstolos, na comunhão fraterna, no partir do pão e nas orações… eram unidos e partilhavam do que tinham conforme a necessidade de cada um… iam ao Templo e partiam o pão nas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração” (At 2, 42-46).
As Diretrizes Gerais querem dialogar com o mundo Urbano, que vive no turbilhão complexo da agenda atual, apontando como objetivo específico: a formação de Comunidades Eclesiais Missionárias (pequenas, espalhadas, com vínculos fortes, com sentido de pertença eclesial, articuladas em rede e abertas à missão). A linguagem usada a propósito pelas “novas” Diretrizes é a metáfora da Casa – para sugestionar uma Igreja em comunidades familiares acolhedoras, capazes de diálogo, de boa relação, de proximidade entre as pessoas, de ajuda mútua, partilha, bem-querer e compromisso, e com as portas sempre abertas para o duplo movimento de entrada e saída. Esta “casa” deve estar alicerçada em 4 pilares, que darão a identidade e a dinâmica de Comunidades Eclesiais Missionárias. A saber: Pilar da Palavra (indicando a importância da animação bíblica); Pilar do Pão (indicando a dimensão orante – liturgia e espiritualidade); Pilar da Caridade (indicando o serviço à vida plena para todos/as); Pilar da Ação Missionária (indicando o estado permanente de missão).
Em tudo isso, acompanha com atenção, sensibilidade e muita disponibilidade intercessora, a Mãe de Deus, Mãe da Igreja, Mãe de todos/as… MARIA, a estrela da Evangelização!
Pe Reinaldo Braga Junior
Secretário Executivo da CNBB – Regional Oeste II