Vice-presidente da CNBB celebrou Dia do Leigo com colaboradores da entidade
O arcebispo de Salvador (BA) e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Murilo Krieger, presidiu na manhã desta quinta-feira, dia 24, a missa com os colaboradores do secretariado geral da entidade, em Brasília (DF). A celebração teve a motivação do Dia Nacional do Leigo, celebrado no último domingo, e do Dia Nacional de Ação de Graças, datado para o próximo sábado, dia 26. Com a liturgia voltada para a reflexão sobre o povo de Deus, “corpo de Cristo” e “sal da terra e luz do mundo”, foi destacado na homilia que a ação na Igreja não se mede pelo cargo que a pessoa ocupa. “Há cargos que têm destaque, mas dentro do conjunto do Reino de Deus, o corpo de Cristo, isso significa muito pouco”, disse dom Murilo.
Sobre a leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios, dom Murilo explicou que o apóstolo tinha a capacidade de fazer comparações que ofereciam grandes e profundos ensinamentos. Na leitura, o apóstolo compara a Igreja, o povo de Deus, a um corpo de muitos membros. “E quem dá vida a este corpo é o Espírito Santo, que dá unidade. Cada um tem sua contribuição e participação, mas que faz com que aconteça alguma coisa é o Espírito Santo”, salientou.
Dom Murilo afirmou que é muito difícil para os colaboradores da sede da CNBB avaliarem a dimensão e importância do trabalho desenvolvido no secretariado geral. “Daqui que saem linhas, orientações que vão influenciar na Amazônia, em Porto Alegre (RS), em Campo Grande (MS), Salvador (BA), ou seja, há uma influência muito suave, leve e profunda que vai permeando o Brasil, fruto daquilo que nasce aqui”, destacou.
Todos os trabalhos são importantes, enfatizou dom Murilo – que está exercendo a presidência da CNBB, na ausência do cardeal Sergio da Rocha, que está em Roma. Sobre a passagem do Evangelho de Mateus, o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil explicou a passagem na qual Jesus disse que seus discípulos devem ser “Sal da terra e luz do mundo”. Está é a proposta para os cristãos leigos e leigas destacada pelo Documento 105 da CNBB.
O sal, refletiu dom Murilo, “quando ele está na sua justa medida, ninguém percebe, ele cumpre sua função sem se sobressair e Jesus diz que ação do leigo no mundo é assim: discreta, mas muito eficaz, e se faltar essa presença alguma coisa se empobrece”. A luz, por sua vez, não existe para si, “ela ilumina o outro”.
Aprovado durante a 54ª Assembleia Geral da CNBB, o Documento 105 “Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade – sal da terra e luz do mundo” foi presenteado aos participantes da celebração. Na homilia, dom Murilo recordou o processo de elaboração do documento, que é entregue, lido e estudado em todo o Brasil. O presidente da celebração lembrou que às vezes os colaboradores nem percebem o que está por trás de todo este contexto, “acima de tudo, a vida que há nele”.
Quando chamou a atenção que a ação na Igreja não se mede pelo cargo que a pessoa ocupa, o primaz do Brasil pontuou que, no dia do julgamento Jesus vai querer em saber se a pessoa amou, se fez bem o seu papel, serviu os irmãos e irmãs. Dom Murilo citou Santa Terezinha, a qual uma frase destaca que, tanto uma pessoa envolvida em uma pregação quanto outra responsável pela preparação dos alimentos na cozinha, se atuam com amor, caminham para o Reino de Deus.
Dom Murilo lembrou em dois momentos, na saudação inicial e na bênção final, das famílias dos colaboradores.
A missa foi preparada pela Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB em parceria com a equipe de Liturgia da comunidade, liderada pela irmã Gessi Ana Citolin. O bispo de Caçador (SC) e presidente da Comissão, dom Severino Clasen, não pôde permanecer em Brasília para participar da celebração e deixou uma mensagem aos leigos e leigas da sede da CNBB:
“Quero saudar toda a comunidade dos cristãos leigos e leigas aqui da CNBB, lembrando o Dia dos Leigos, que foi no domingo passado, dia da Festa de Cristo Rei. A nossa gratidão a todos vocês que aqui trabalham, aqui se ocupam, demonstrando sua capacidade profissional para ajudar a Igreja, a sociedade e assim construirmos um mundo melhor, mais fraterno e mais justo. Vocês, queridos leigos e leigas, sejam sal da terra, luz do mundo, fermento na massa”, motivou dom Severino.
O assessor da Comissão, Laudelino Augusto dos Santos, foi o comentarista da celebração e motivou a leitura do Documento tendo como chave de leitura a ação dos cristãos na sociedade. Ele também lembrou das felicitações enviadas pela presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), Marilza José Lopes Schuina, aos colaboradores da CNBB.
Durante a celebração também foram lembrados os 21 anos de ordenação sacerdotal do assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, padre Jorge Alves Filho.