55ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cujo tema é “Iniciação à vida cristã”, reúne 370 bispos em Aparecida (SP), de 26 de abril a 5 de maio
Este ano, o episcopado brasileiro se reúne para discutir e avaliar o texto que foi preparado por uma comissão designada para esse fim. Após sofrer diversas contribuições e alterações, o texto está pronto para ser submetido a análises durante esses dez dias. A proposta é que, após análise e aprovação, ele se torne o mais novo documento da entidade.
Sobre a temática, o arcebispo de Curitiba e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, dom José Antônio Peruzzo, que também presidiu a Comissão do tema central, explica que a iniciação à vida cristã é a mais urgente das demandas evangelizadoras da Igreja, mas defende que este não é um tema novo. De acordo dom Peruzzo, já foi apresentado e reapresentado desde o Concílio Vaticano II. “É um caminho que já tem história, mas que requer uma mudança de mentalidade e, para isso, é preciso uma geração ou mais”, disse.
RICA
Outro instrumento de trabalho muito explorado na preparação do tema central é o Ritual de Iniciação à Vida Cristã (Rica). Segundo dom Peruzzo, o documento da Santa Sé sugere uma condição mais favorável para conhecer e dar passos nos rumos de experiências de iniciação. “O Rica já oferece uma sequência de passos e um ordenamento para a mistagogia. É uma espécie de integração muito mais viva entre catequese e liturgia que nossa Igreja precisa recuperar”, destacou.
O trabalho realizado pela comissão preparatória do tema central levou em consideração, ainda, um outro elemento em todo o processo de preparação que é representado pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE). A Iniciação à Vida Cristã é uma das cinco urgências da ação evangelizadora para o período de 2015 a 2019.
Questionado sobre o que a CNBB pretende estimular ou incentivar até 2019, dom Peruzzo é enfático: “Nós não seremos comunidades de comunidades se não formos cristãos que levam consigo sadias experiências de encontro com Jesus Cristo, nós não seremos Igreja missionária se o nosso anúncio de Jesus Cristo não é precedido de um encontro pessoal com ele, nós não seremos nunca uma Igreja profética se faltar aquele caráter ‘fundante’ da experiência internalizada, de sentir Jesus Cristo na própria vida. Então o que a Igreja pretende é falar como Igreja (…). Na verdade, não queremos reinventar a roda, mas redescobrir a circularidade que às vezes esquecemos que ela tem”, conclui.