A Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abre, nesta sexta-feira, 15 de setembro, o período de inscrições para os Prêmios de Comunicação da entidade que se estende até o dia 31 de janeiro de 2018. Cinco prêmios contemplam obras e profissionais no campo do Rádio, do Cinema, da TV, da Imprensa e da Internet.
Segundo Padre Rafael Vieira, membro da assessoria da Comissão e coordenador da Assessoria de Imprensa da CNBB, nesta edição, a 51ª da história dos Prêmios, a grande novidade é que o candidato vai fazer todo o processo online, isto é, não terá mais a necessidade de enviar material por vias postais. Em qualquer dia, hora e lugar, o interessado poderá acessar o hotsite dos prêmios que terá um banner fixo no site oficial da CNBB (www.cnbb.org.br) e realizar sua inscrição preenchendo todos os requisitos do formulário proposto.
É importante que cada fase do processo seja respeitada para o êxito da Inscrição: leitura e a aceitação das normas apresentadas no Regulamento/Edital; apresentação do trabalho que irá concorrer aos prêmios com resumo da obra e informações sobre o autor; e, finalmente, o upload ou apresentação de link do trabalho. Para quem quiser se dirigir diretamente ao hotsite, o endereço é o seguinte: http://premioscomunicacao.cnbb.org.br
Os Prêmios
Pe. Rafael lembra que se trata de Prêmios semelhantes a outros concedidos por instituições brasileiras, mas com uma distinção: “os Prêmios da CNBB foram nascendo de acordo com a percepção do episcopado sobre a importância em se destacar obras e pessoas em cada um dos campos da comunicação”. “Eles são frutos de decisões dos bispos diante do desenvolvimento da comunicação e das suas implicâncias na vida dos brasileiros”, afirma.
O primeiro prêmio criado pela Conferência, o “Margarida de Prata”, que contempla obras e realizadores do Cinema, segundo Pe. Rafael, nasceu num tempo e num ambiente de plena efervescência cultural e de transformação quando as grandes telas eram grandemente responsáveis por levar uma mensagem de conscientização social e política ao público. “A primeira cerimônia de premiação aconteceu no prédio da Mitra Arquidiocesana do Rio de Janeiro, onde funcionava a CNBB, em 1967, reunindo pessoas engajadas em movimentos que buscavam transformação”, sublinhou.
Apesar do Rádio ter sido grandemente celebrado nas três décadas anteriores, somente em 1989, o organismo que, naquela época, cuidava dos meios de comunicação católicos no Brasil, a UNDA, criou o “Microfone de Prata” e que foi, posteriormente, passado para a gestão da CNBB. Pe. Rafael lembra que “o Rádio tem uma história fantástica de serviços à missão da Igreja no país inteiro e um prêmio dedicado a esse veículo é uma grande homenagem prestada por parte do episcopado”. Atualmente, a entidade que dá suporte na fase de escolha das obras é a Rede católica de Rádio (RCR).
O terceiro prêmio criado pela CNBB, o prêmio de Imprensa “Dom Helder Câmara” se deu por força de uma festa jubilar, em 2002, quando a Conferência completava 50 anos de existência. “Tratou-se de uma iniciativa que reunia duas dimensões da festa daquele cinquentenário: era o reconhecimento da Imprensa como grande parceira de missão da Conferência dos Bispos e uma justa homenagem a um dos seus fundadores que também foi um grande personagem recente do País e que sempre valorizou o trabalho dos meios de comunicação”, disse Pe. Rafael. O prêmio de Imprensa, no ano passado, destacou a reportagem “Terra bruta”, do jornal “O Estado de São Paulo” que mostrava a dura realidade da luta pela terra no interior do Brasil.
O prêmio de TV, “Clara de Assis”, criado em 2005, surgiu num momento em que o mundo inteiro passou pela experiência de testemunhar uma façanha global da TV ao levar para os lares de todo o planeta, os funerais do Papa João Paulo II. A cobertura do “Jornal Nacional” da Rede Globo foi um dos seus primeiros ganhadores e o jornalista Willian Bonner foi aos estúdios da Rede Vida, em Brasília, para receber o Prêmio da CNBB. Pe. Rafael, que estava presente na ocasião quando recebeu o Prêmio de Rádio pela direção do Jornal “Brasil Hoje” da RCR, lembra aquele dia: “mostraram cenas da Globo e todos os presentes ainda viviam as emoções daquele verdadeiro evento planetário e o fato de uma das mais importantes redes de TV do mundo ter enviado representante para receber a estatueta foi um sinal de prestígio e um belo começo da premiação de TV”.
O último prêmio criado pela CNBB foi o ano passado e, conforme disse Pe. Rafael, foi uma resposta que os bispos queriam ter dado muitos anos antes ao fenômeno da rede mundial dos computadores. O prêmio “Dom Luciano Mendes de Almeida”, portanto, fecha o ciclo de grandes homenagens da CNBB às mídias antigas e novas de modo que o universo da comunicação esteja contemplado pelo olhar do episcopado.
A última edição
Por meio de uma parceria com a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) de Trindade (GO), a cerimônia de entrega dos prêmios do ano passado foi gravada num antigo cinema da cidade. Os bispos compareceram por meio da Presidência, da Comissão de Comunicação e de boa parte dos membros do Regional Centro Oeste da CNBB. Além dos bispos, centenas de membros da paróquia local, agentes da pastoral da Comunicação e devotos do Divino Pai Eterno participaram da festa.
A edição cinquentenária dos Prêmios da Conferência ofereceu uma Menção Honrosa para simbolizar uma homenagem a todos os ganhadores – pessoas e obras de cinema – nas últimas cinco décadas: o crítico e professor de Cinema, Miguel Pereira, da PUC do Rio de Janeiro, o diretor Silvio Tendler, as atrizes Fernanda Montenegro e Dira Paes e o ator Rodrigo Santoro. Eles receberam o troféu “Ir. Dorothy Stang” das mãos do cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta.
Edição atual
Padre Rafael afirmou que ele e padre Antônio Xavier, também assssor, bem como toda a Comissão de Comunicação, presidida pelo arcebispo de Diamantina (MG), dom Darci José Nicioli, e que conta também com a presença de dom Devair Araújo e dom Roque Sousa, bispos auxiliares de São Paulo e do Rio de Janeiro respectivamente, estão empenhados na divulgação das inscrições para a edição do ano que vem: “Teremos, na prática, um pouco mais de quatro meses para mobilizar o Brasil inteiro. Sonhamos que nesta edição mais pessoas se interessem em apresentar seus bons trabalhos para serem apreciados pelos júris de especialistas e dos bispos. Os escolhidos, no final do processo, na verdade serão representantes de todos os que participarem mostrando que se pode fazer comunicação, com arte e competência, evidenciando valores humanos e cristãos”.
A modalidade online vai facilitar o processo e facilitar a inscrição de todos os interessados. Um aspecto que precisa ser esclarecido, segundo padre Rafael, é que os Prêmios de Comunicação da CNBB não foram criados para apenas indicar bons trabalhos feitos no interior das paróquias e dioceses, mas em todo o conjunto da sociedade brasileira. “os trabalhos feitos pelos católicos são alegremente acolhidos e julgados, mas há também muita alegria por parte dos organizadores dos Prêmios em acolher trabalhos feitos em ambientes não confessionais mostrando que valores legítimos e que engrandecem a vida humana cabem em todas as mentes e corações”, conclui.