O Conselho Gestor formado especialmente para gerir os recursos arrecadados pelo Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) em 2021 com a realização da Coleta da Solidariedade da 5ª Campanha da Solidariedade Ecumênica reuniu-se pela primeira vez na última terça-feira, 20 de abril, para traçar os eixos e critérios que conduzirão o trabalho de avaliação, aprovação e monitoramento dos projetos. O Conselho Gestor especial, veja abaixo, é formado por representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic).
O bispo auxiliar do Rio de Janeiro e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, que presidirá o trabalho do Conselho Gestor, destaca que a experiência do FNS exige um aprendizado constante, com sensibilidade para as necessidades mais urgentes e adequação aos princípios de gestão. “Embora a Campanha da Fraternidade já exista há várias décadas e seja esta a quinta vez que ocorre em forma ecumênica, foi muito importante olhar todo o regulamento e torná-lo adequado ao momento atual”, disse dom Joel.
Para a pastora da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja membro do Conic, Jandira Keppi, a gestão do Fundo Nacional de Solidariedade por gestores e gestoras de diversas igrejas que compõem o Conic revela o respeito que o FNS tem com a diversidade religiosa, cuja base de atuação está no diálogo fraterno, respeitoso e amoroso.
Segundo ela, o ecumenismo se fortalece quando instituições como a CNBB e lideranças de diversas igrejas representando o Conic se unem para olhar os desafios que esta pandemia tem trazido especialmente para as pessoas vítimas do modelo econômico vigente e procuram auxiliar projetos que atendam demandas de instituições que atuam com essas pessoas.
O representante dos secretários-executivos dos regionais da CNBB no Conselho Gestor, o padre Padre Agenor Guedes Filho destaca que tempos difíceis exigem atitudes desafiadoras. “É esse contexto concreto que estamos vivendo”, disse. Para o ano de 2021, considerando-se a pandemia causada pelo coronavírus e as sequelas econômicas, os três eixos determinados pelo grupo para a aprovação dos projetos serão:
1º eixo: Auxílio a situações de insegurança alimentar – Apoio a iniciativas de oferta de alimentos in natura e prontos a consumir, equipamentos para cozinhas comunitárias e similares, apoios a hortas comunitárias, apoio à agricultura familiar, produção de material orgânico e aproveitamento de alimentação.
2º eixo: Insumos para cuidados sanitários ligados à pandemia – Apoio na aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs), equipamentos para usinas de produção de oxigênio, equipamentos para instituições de saúde e acolhimento a idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade, centros de escuta e grupos de apoio psicológico a vítimas da pandemia bem como apoio a situações de calamidades provocadas por incidentes climáticos como enchentes, ciclones, entre outros.
3º eixo: Captação para a geração de renda – Apoio a projetos voltados à inclusão produtiva e educacional, cooperativas de reciclagem, associações comunitárias para produção de artesanato, aquisição de utensílios e ferramentas para qualificação profissional e inclusão digital.
O representante da coordenadoria ecumênica de Serviço (Cese), Antônio Dimas Galvão experimenta bem de perto a necessidade das pessoas na gestão de projetos da entidade para a qual trabalha. Para ele, os três eixos do Fundo de Solidariedade em 2021 expressam a sensibilidade e o gesto concreto das igrejas aos grupos sociais mais afetados neste difícil momento. Além disso, estimulam e encorajam as comunidades a se mobilizarem para se afirmar como sujeitos de direitos na sociedade brasileira.
O Conselho Gestor lançará uma edital com os detalhes para a apresentação candidatura de projetos que desejam se candidatar para obter apoio do FNS em 2021. Uma vez publicado o edital, as instituições já poderão podem fazer o cadastro da entidade e dos projetos no site: www.fns.cnbb.org.br e, depois, encaminhar a proposta de projeto, juntamente com a documentação exigida para análise prévia.
Citando literalmente o regulamento do FNS, o subesecretário-adjunto geral da CNBB, padre Dirceu de Oliveira Medeiros, aponta quais projetos poderão ser aprovados este ano: “Serão elegíveis para a apresentação e aprovação de projetos pastorais, dioceses, paróquias, comunidades e outras organizações sociais que tenham finalidade essencialmente humanitária e social, com atenção para a defesa da vida, em especial as mais vulnerabilizadas”.
Padre Dirceu explicou que, não necessariamente, precisam ser ligadas à CNBB ou ao Conic mas contudo requer-se também uma carta de recomendação do bispo diocesano, pastor sinodal ou presbitério para o projeto apresentado. “Caberá portanto ao Conic e à CNBB, de certo modo, respaldar tais projetos”, disse.
A representante da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja membro do Conic, reverenda Dilce Regina Paiva de Oliveira, destaca que o Fundo receberá a solicitação de recursos de muitos projetos, mas poucos poderão ser atendidos este ano em razão das dificuldades de arrecadação das Igrejas no contexto da pandemia.
Os nomes dos membros que integram o Conselho Gestor especial para a gestão de recursos de 2021 foram apresentados ao episcopado brasileiro reunido na 58ª Assembleia Geral da CNBB. O grupo será presidido pelo secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.
Padre Agenor Guedes Filho – CNBB
Antônio Dimas Galvão – CONIC
Reverenda Dilce Regina Paiva de Oliveira – CONIC
Padre Dirceu Oliveira de Medeiros – CNBB
Pastora Jandira Keppi – CONIC
Monsenhor Nereudo Freire Henriques – CNBB