O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) está reunido virtualmente, nesta quarta-feira, 28 de outubro. Com extensa pauta sobre assuntos ligados à ação evangelizadora da Igreja e a sua contribuição para a sociedade, os bispos da Presidência, os presidentes das Comissões Episcopais Pastorais, os presidentes dos Regionais e representantes de pastorais e organismos dividiram as atividades em duas sessões, uma pela manhã e outra na parte da tarde.
Observatório de Direitos Humanos
Na primeira sessão da reunião, os bispos foram comunicados da participação da CNBB no Observatório dos Direitos Humanos do Poder Judiciário brasileiro, no qual será representada pelo arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da entidade, dom Walmor Oliveira de Azevedo. No colegiado, a CNBB faz parte do grupo que trata de desenvolvimento sustentável e vulnerabilidade humana e social, com possiblidade de apresentar propostas de atuação na área relacionada.
Pilar da Palavra
O bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, deu informações sobre a preparação do texto que será apreciado durante a 58ª Assembleia Geral da CNBB com o tema da animação bíblica da vida e da pastoral.
Análises de conjuntura
Foram apresentadas aos bispos as análises de conjuntura social, pelo bispo de Carolina (MA), dom Francisco de Lima Soares, e eclesial, pelo padre Waldecir Gonzaga, professor da PUC-Rio. A Análise de Conjuntura Social tratou das eleições municipais deste ano e já está disponível para download. Em sua apresentação da análise eclesial, padre Waldecir falou dos princípios norteadores para a análise, expôs sinais observados no tempo atual e citou desafios e oportunidades para a evangelização. Ao final de cada partilha, os bispos e assessores reagiram com contribuições.
Pacto pela Vida e pelo Brasil
Ainda pela manhã, dom Walmor falou sobre Pacto pela Vida e pelo Brasil, do qual a CNBB é signatária. Para o presidente da Conferência, há o desafio de abrir “um caminho profético, comprometido e mais forte na perspectiva de nossa Igreja dar respostas mais firmes” ao contexto da sociedade brasileira.
Causa dos Santos
No início desta tarde, o encontro seguiu com a alegria manifestada pelos bispos sobre a decisão do Papa Francisco de reconhecer o martírio de Isabel Campos e as virtudes heroicas do irmão Roberto Giovanni. Isabel Cristina Campos foi assassinada em Juiz de Fora, em 1982. Já o Irmão Roberto Giovanni, da Congregação dos Estigmatinos, faleceu aos 90 anos, após uma vida dedicada à assistência espiritual da população, especialmente aos pobres e doentes.
Durante a reunião, o arcebispo de Mariana (MG), dom Airton José dos Santos, afirmou ser uma alegria para a Igreja local receber a notícia que a leiga de Barbacena (MG), no território da arquidiocese de Mariana, teve seu martírio reconhecido. Junto com o arcebispo de Juiz de Fora, dom Gil Antônio Moreira, dom Airton buscará mais informações com a Congregação para a Causa dos Santos sobre datas e próximos passos para que Isabel chegue aos altares. Dom Joel Portella manifestou alegria pelos “santos dos nossos tempos”.
ADI 5668
Os bispos também refletiram sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5668), pautada para julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O processo pede que dê interpretação conforme a Constituição Federal ao Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei 13.005/2014) para reconhecer o dever constitucional das escolas públicas e particulares de prevenir e coibir o “bullying homofóbico”. Dom João Justino de Medeiros Silva, arcebispo de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e a Educação da CNBB, recordou o debate do tema quando da discussão, anos atrás, dos planos nacional, estaduais e municipais de educação, os quais rejeitaram referências à chamada teoria de gênero.