Nesta quarta-feira, 20 de julho, aconteceu durante a 26ª Assembleia Geral Eletiva da CRB Nacional o lançamento do “Documento de Santarém 50 anos: Gratidão e Profecia” em uma coletiva de imprensa, no Colégio Maristão, em Brasília (DF).
O documento foi elaborado durante o IV Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, realizado de 6 a 9 de junho de 2022, no Seminário São Pio X, em Santarém (PA) e foi editado pela Edições CNBB. O lançamento teve como objetivo apresentar as resoluções confirmadas no IV Encontro e suas implicações para a prática missionária no bioma, sintetizadas na declaração.
A coletiva foi realizada em formato presencial e online, com transmissão pelas redes sociais e contou com a participação da professora da Universidade Federal de Roraima, doutora Márcia Maria de Oliveira, nomeada perita do Sínodo para a Amazônia pelo Papa Francisco; o arcebispo de Manaus (AM) e presidente da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB , dom Leonardo Ulrich Steiner, a representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Rondônia, Maria Petrolina Neto e o bispo da prelazia de Itacoatiara (AM) e presidente da CPT, dom José Ionilton.
O lançamento
Irmã Maria Inês, presidente da CRB, saudou todos os presentes e salientou a importância do momento por ter tido a graça de participar e experimentar o que, segundo ela, foi um encontro sinodal depois do realizado em Santarém, em 1972. “Como nós sabemos esse encontro em 1972 reuniu os bispos da Amazônia para colocar em prática o Concílio Vaticano II”, disse.
E agora, segundo a irmã, 50 anos depois todos se reuniram “percebendo o sinal de Deus após os 50 anos, principalmente para a Amazônia e para o mundo”.
“Sabemos muito bem que se a Amazônia respira, o mundo respira”.
Na sequência, dom José Ionilton, bispo da prelazia de Itacoatiara (AM) e presidente da CPT Nacional, reafirmou as principais diretrizes do “Documento de Santarém 50 anos: Gratidão e Profecia”: a evangelização libertadora e a encarnação na realidade.
Dom José Ionilton argumentou que a realidade na Amazônia hoje é mais grave que a enfrentada em 1972, embora as prioridades permaneçam as mesmas. E que por isso no documento atual de Santarém, o de 2022, elas foram mantidas.
O bispo destacou que o “Documento de Santarém 50 anos: Gratidão e Profecia” tem como prioridades principais o fortalecimento das comunidades eclesiais de base, a formação dos discípulos e discípulas missionárias na Amazônia, a defesa da vida dos povos da Amazônia, o cuidado com a Casa Comum, a evangelização das juventudes e a igreja com rostos amazônicos.
“A vida consagrada nesse documento é reconhecida como importante. Somos agradecidos pela presença significativa da vida consagrada em nossa Amazônia. Homens e mulheres da vida monástica e apostólica que a partir de seus carismas estão presentes em comunidades onde ninguém quer estar e procuram estar com quem ninguém quer estar”, salientou o bispo.
Dando continuidade, dom Leonardo Steiner, arcebispo de Manaus, ressaltou que o “Documento de Santarém 50 anos: Gratidão e Profecia” é um documento eclesial, fruto de uma Assembleia que contou com a participação do povo de Deus. Ressaltou que ele foi construído durante várias reflexões, análises de conjunturas, debates e, no final, aprovado.
O arcebispo lembrou que a retomada da formação dos discípulos e discípulas missionárias na Amazônia é uma temática necessária na Igreja. “Há uma necessidade de cuidarmos cada vez mais da formação para que a presença da Igreja seja cada vez mais qualificada, profundamente inserida”, disse.
Lembrou também da formação do laicato e que no Documento foi retomada a importância dos institutos de pastoral, sobretudo a de se marcar a presença da sociedade em termos de discussão antropológica, sociológica, para a transformação da sociedade.
Outro elemento importante e retomado no Documento é a agressão aos povos originários, especialmente aos povos indígenas. “A morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo é um pequeno sinal da violência que acontece na nossa região. A violência não é daqui, ela vem de fora pela ganância, pela dominação e destruição das terras indígenas, da natureza, das culturas (…). Por isso a nossa reafirmação de estarmos cada vez mais próximos dos povos indígenas”, disse dom Leonardo.
Por fim, o arcebispo agradeceu a presença da vida religiosa na Amazônia, especialmente na arquidiocese de Manaus.
“Que Deus abençoe as nossas congregações, a nossa vida religiosa e que Deus nos dê ânimo e coragem para irmos e anunciarmos a boa nova do Evangelho para que o reino de Deus cresça e dê frutos”, finalizou.
Confira a coletiva na íntegra:
O Documento
Neste documento jubilar, fruto do Encontro de Santarém em 2022, as Diretrizes e prioridades assumidas há 50 anos são ratificadas e atualizadas à luz do recente Sínodo para a Amazônia.
Assim como o Documento de Santarém de 1972 constituiu uma criativa recepção do Concílio Vaticano II e da Conferência de Medellín, esse Encontro de 2022 deu prosseguimento ao caminho do Sínodo para a Amazônia, assumindo suas inspirações a partir da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Querida Amazônia.
Saiba como adquirir:
De autoria da Comissão Episcopal Especial para a Amazônia da CNBB e da Rede Eclesial Pan-Amazônica, a REPAM-BRASIL, o Documento já está disponível para compra no site da Edições CNBB. Adquira-o (aqui).
Fonte: repost – cnbb.org.br