A Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) encaminhou uma carta ao Papa Francisco sobre a realização do evento que celebrou os 40 anos da publicação do documento “Catequese Renovada: orientações e conteúdo (1983)”.
O encontro nacional teve como lema “tocar corações e impulsionar a missão” e aconteceu em Aparecida, São Paulo, de 1 a 03 de setembro, e reuniu mais de mil catequistas, vindos de todas as regiões do Brasil. Na oportunidade, foi manifestado ao Papa a gratidão pelo reconhecimento do Ministério de Catequista, que dá novo impulso ao serviço em favor da evangelização, do anúncio da Palavra e da Iniciação à Vida Cristã.
Em resposta, o Papa Francisco por meio do Substituto da Secretaria de Estado, Edgar Peña Parra, manifestou gratidão pelas expressões de comunhão eclesial contidas na carta, assegurando o seu reconhecimento pelo empenho realizado na formação permanente de fiéis que assumem com generosidade e dedicação o ministério laical de catequista.
A Vossa Santidade, Papa Francisco,
Com nossas saudações de saúde e paz, em Cristo Jesus!
Somos mais de 1000 catequistas, vindos de todas as regiões do Brasil, reunidos nos dias 01 a 03 de setembro de 2023, para a comemoração dos 40 anos da publicação do documento Catequese Renovada: orientações e conteúdo (1983). O Encontro Nacional, organizado pela Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB, tem como lema: Tocar corações e impulsionar a missão! Junto ao Santuário Nacional dedicado a Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), trazemos “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias” (GS 1) do ministério catequético em todo o Brasil, carregando na memória e no coração aqueles que nos precederam e os que conosco caminham em nossas comunidades.
Aprovado pelo episcopado brasileiro em sua 21ª Assembleia Geral, o Catequese Renovada é sinal da sinodalidade que sempre carregamos como modo de ser Igreja e foi fervorosamente recebido com alegria em cada região do Brasil. O texto representa uma feliz recepção da reflexão eclesial constante nos documentos do Concílio Vaticano II e das conferências de Medellín (1968) e Puebla (1979) e nas exortações apostólicas Evangelii Nuntiandi (1975) e Catechesi Tradendae (1979). Atende, ainda, ao convite feito por São João Paulo II em 1980, quando, visitando o Brasil, pediu que a Catequese fosse tratada com urgência e prioridade.
Esse exemplo de sinodalidade nos impulsiona a ouvir “O que o Espírito diz à Igreja” (cf. Ap 2,29), manifestando essa escuta por meio da comunhão com nossos pastores, traduzida na cooperação com o serviço à evangelização e à transmissão da fé. Nesse sentido, a Igreja no Brasil tem caminhado na direção das diretrizes oferecidas pelo Dicastério para a Nova Evangelização, especialmente contidas no Diretório para a Catequese (2020). Unimo-nos aos esforços em favor de uma Catequese cada vez mais empenhada em oferecer um serviço aos processos de Iniciação à Vida Cristã, aos quais presta grande auxílio a inspiração catecumenal, para que nossas comunidades sejam como tendas cada vez mais alargadas: lugares onde todos são convidados à experiência cristã integral – aquela que bebe da fonte da Palavra e dos Sacramentos e irradia para a sociedade a beleza do encontro verdadeiro com Jesus Cristo.
Queremos manifestar a Vossa Santidade a nossa gratidão pelo reconhecimento do Ministério de Catequista, que dá novo impulso ao nosso serviço em favor da evangelização, do anúncio da Palavra e da Iniciação à Vida Cristã. São muitos entre nós aqueles e, principalmente, aquelas catequistas que consagram suas vidas ao serviço catequético, em um compromisso pessoal que é expressão de uma resposta vocacional. Testemunhamos a beleza deste ministério “tão antigo e tão novo” (AM 7) junto a adultos, jovens e crianças, também em periferias urbanas e existenciais, em comunidades carentes, em realidades inóspitas como os ambientes carcerários, junto aos povos originários e às pessoas com deficiências, nas famílias e em diversos outros ambientes. Em todos esses desafios, a graça de Deus nos tem acompanhado abundantemente.
Reafirmamos a nossa comunhão com vosso ministério petrino e nos comprometemos a fazer com que a comunhão com nossos pastores, aqui no Brasil, seja um reflexo do nosso compromisso com a Igreja e da nossa resposta afirmativa à vocação que nos chama ao serviço da Catequese. Desde já, asseguramos nossas orações pelo bom êxito do processo sinodal – especialmente pela primeira assembleia da etapa universal, em outubro próximo – e também pela realização do Jubileu de 2025, em todo o mundo. Agradecemos a Deus, sempre, porque o vosso Magistério, como sucessor de Pedro, nos tem concedido renovado ânimo, a começar pelo vosso testemunho de misericórdia e de fidelidade absoluta ao Evangelho, que encontra Cristo naqueles que são os menores.
Aparecida (SP), 03 de setembro de 2023
Excelência Reverendíssima,
Dom Leomar Antônio Brustolin,
Presidente da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB
Significo-lhe ter chegado ao destino desejado a carta, do passado do dia 3 de setembro, com a qual Vossa Excelência quis informar o Santo Padre a respeito do Encontro “Catequese Renovada – 40 anos”, ocorrido entre os dias 1º e 3 de setembro, junto ao Santuário Nacional de Aparecida.
Confia-me o Papa Francisco a nobre tarefa de, junto à gratidão pelas expressões de comunhão eclesial contidas na missiva, assegurar-lhe o Seu reconhecimento pelo empenho realizado pela Comissão Episcopal para a Animação Bíblico-Catequética na formação permanente dos fiéis que assumem com generosidade e de dedicação o ministério laical de Catequista, os quais são chamados “antes de mais nada, a exprimir a sua competência no serviço pastoral da transmissão da fé que se desenvolve nas suas diferentes etapas: desde o primeiro anúncio que introduz no querigma, passando pela instrução que torna conscientes da vida nova em Cristo e prepara de modo particular para os sacramentos da iniciação cristã, até a formação permanente que consente que cada batizado esteja sempre pronto a dar a razão da sua esperança todo aquele que lhe peça” (M.P. Antiquim Ministerium, n.6). Como sinal deste reconhecimento e penhor de abundantes favores eclesiais, o Santo Padre concede de coração aos catequistas e às catequistas, por intercessão da Rainha e Padroeira do Brasil, a Bênção Apostólica, pedindo ao mesmo tempo que, por favor, não deixem de rezar por ele.
De minha parte, aproveito o ensejo para confirmar-me, com protestos da mais elevada estima,
de Vossa Excelência Reverendíssima
devotíssimo no Senhor
Edgar Peña Parra
Substituto da Secretaria de Estado
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Com informações: cnbb.org.br