Neste fim de semana, 15 e 16 de maio, a Pastoral da Aids da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) promove a 38ª Vigília Pelos Mortos de Aids. Este ano o tema é “Memória e Engajamento”, expressão que coloca em comunhão as pessoas que faleceram e estão na presença de Deus, com aquelas que cuidam da vida e buscam que os direitos humanos sejam respeitados.
“Quando dizemos fazer ‘memória’, significa trazer presente a lembrança de muitas pessoas que morreram decorrentes do vírus HIV, mas certamente deixaram uma história de
muita luta, dor, sofrimento, mas também de superação e vitórias na fé”, destaca o assessor eclesiástico nacional da Pastoral da Aids, padre Antônio Peroni Filho.
O padre aponta ainda que o chamado a motivação e ao engajamento deve ser semelhante ao do bom samaritano. “E hoje, somos motivados ao engajamento que nos levam ao comprometimento para assumirmos com responsabilidade o mandado de Cristo: ‘Sede misericordiosos como meu Pai é misericordioso’. Semelhante ao bom samaritano devemos ir ao encontro daqueles que sofrem, e ter uma ação motivados pela caridade”, disse.
A vigília vai contar com dois momentos. Neste sábado, dia 15, o bispo de Nova Friburgo (RJ) e referencial da Pastoral da Aids, dom Luiz Antônio Ricci, vai presidir a santa missa da vigília, às 19h. Já no domingo, dia 16, o secretariado executivo da pastoral preparou um momento de oração, às 18h. Os dois eventos serão transmitidos pelo Facebook e YouTube da Pastoral da Aids e no Facebook da CNBB.
A Vigília pelos Mortos de AIDS, que acontece todo ano no terceiro domingo de maio, conclama a todos a fazer memória dos que partiram e se engajar em ações concretas no cuidado de si e dos outros. Fortalecer a unidade na diversidade, superando as diferenças na luta pela vida e pelo bem comum.
De acordo com a Pastoral da Aids, essa Vigília faz lembrar que os mais afetados pela epidemia do HIV: incluindo pessoas vivendo com HIV em toda a sua diversidade (mulheres, homens, jovens, os pobres, os desabrigados e instáveis, migrantes e pessoas anteriormente ou atualmente encarceradas) precisam continuar na linha de frente, liderando o movimento pelo direito à vida e o direito à saúde.
Segundo a pastoral, isso inclui lutar por serviços universais, abrangentes e sustentáveis de tratamento, cuidados e prevenção, e intensificar nosso trabalho em torno dos direitos humanos, redução do estigma, justiça social e econômica para garantir que ninguém seja deixado para trás.
Para o assessor eclesiástico nacional da Pastoral da Aids, padre Antônio Peroni Filho, é preciso que cada cristão ou pessoa de boa vontade seja luz no mundo, em meio a tantos sinais de trevas, discriminações, preconceitos e estigmas.
“Representamos nesta campanha a colcha de retalhos, que demonstram o respeito nas diversidades, mas também, o esforço de muitas pessoas para ajudar, auxiliar e minimizar o sofrimento de muitos. Isto tudo fazemos sob a luz de Cristo. Por isso, memória e engajamento representam bem a Pastoral da Aids no compromisso com a vida e o bem-estar de muitas pessoas que necessitam do nosso apoio e acompanhamento”, recorda o padre.
A Vigília pelos mortos de Aids é muito mais do que apenas um memorial, ressalta a Pastoral. Serve como uma campanha de mobilização comunitária para aumentar a consciência social sobre o HIV e a Aids.
De acordo com dados de 2020 do UNAIDS – Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, 38 milhões de pessoas vivem com HIV atualmente no mundo. Desses, 25,4 milhões de pessoas têm acesso à terapia antirretroviral. Segundo o relatório, no mesmo período da pesquisa (até o fim de 2019), 1,7 milhão de novas infecções por HIV e 690 mil pessoas morreram de doenças relacionadas à Aids.
Para a pastoral, a Vigília pelos mortos de Aids serve como uma importante intervenção para a solidariedade global, quebrando barreiras de estigma e discriminação e dando esperança às novas gerações. Para todos se sentirem engajados na Campanha 2021, a pastoral sugere que cada um e cada uma acenda também a sua vela virtual da vigília, em seus perfis das redes sociais, formando uma grande rede de solidariedade, fraternidade e esperança.
Histórico
A Vigília pelos mortos de Aids é um movimento internacional, o ‘O International AIDS Candlelight Memorial’, que iniciou em maio de 1983. Um grupo formado por mães, parentes e amigos de pessoas que morreram por causa do HIV, organizou, em Nova Iorque, a Primeira Vigília pelos mortos da Aids e, desde então, houve milhares de eventos organizados em todo o mundo por organizações comunitárias, desde manifestações públicas, a cerimônias animadoras em locais de culto e locais de trabalho. Tais eventos ajudaram a aumentar a conscientização sobre o HIV e, mais importante, ajudaram a quebrar o estigma em nossas comunidades.
Com informações da Pastoral da Aids e UNAIDS Brasil