Regional Oeste II vai sediar próximo Intereclesial das CEBs
Vem pra cá, vem pra cá, 15º Mato Grosso acolherá
“Rondonópolis assume o compromisso de sediar o 15º Intereclesial das CEBs, com a ajuda de todos vocês”. Com essas palavras Dom Juventino Kestering, de 71 anos, bispo da diocese de Rononópolis-Guirantinga-MT, divulgou a próxima sede do encontro que acontecerá em 2022. A delegação de Mato Grosso compareceu em peso e animou o anúncio da candidatura cantando o hino composto para apresentar o estado: “Vem pra cá, vem pra cá, 15º Mato Grosso acolherá”.
Portanto, o estado de Mato Grosso, Regional Oeste II, na cidade de Rondonópolis vai sediar o 15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (26) no ginásio Moringão, em Londrina (PR), na grande plenária do 14º Intereclesial, que reúne cerca de três mil pessoas do Brasil, além de Argentina, Paraguai, México, Alemanha, França e Itália.
A assessora do Regional Oeste 2, Maria Rossi e a Coordenadora do Regional, Maria Cleuza Feriani, apresentaram o processo de construção da proposta, que passou pelo conhecimento e aprovação de toda a base das comunidades, leigos, leigas e clero de Mato Grosso. Dom Juventino acompanha a delegação mato-grossense, composta de 140 lideranças de comunidades de base, entre lideranças pastorais, freiras e padres. O evento em Londrina tratou dos desafios urbanos, como violência, mobilidade e moradia.
O evento começou no dia 23 e se encerrou hoje à noite. Teve plenárias, grupos de discussão, celebrações, romaria e apresentações culturais. Também estiveram presentes 60 bispos, indígenas de 22 etnias e diversas igrejas e religiões.
O 15º Intereclesial das CEBs vai ocorrer em 2022, mas a partir deste ano o encontro já começa a ser organizado, com debates sobre o tema central (não definido até o fechamento da edição), diálogo com a população local, contatos com as Comunidades Eclesiais de Base do país inteiro e viabilização de estrutura.
“Quando nós olhamos a história da igreja da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, sentimos uma igreja conforme a igreja do Conselho Vaticano II e que sempre primou por uma igreja de comunidade”, comentou dom Juventino. O Concílio Vaticano II ocorreu entre 1962 e 1965 e revolucionou a atuação pastoral, principalmente na América Latina. Valorizou a presença do leigo na igreja e o engajamento nas questões sociais, como reforma agrária, demarcação de terras indígenas e valorização de suas tradições, defesa da população negra, autonomia das mulheres e um olhar especial para a juventude de periferia.
O tema do 15º Intereclesial pode ser definido até o fim do encontro, mas o frade dominicano e escritor Frei Betto, de 73 anos, que esteve no encontro, já aponta algumas questões. “Mato Grosso vai dar um grande alento às temáticas das CEBs. Eu ressalto o mundo indígena, o trabalho escravo e a questão ecológica”. Essa análise tem conexão com o forte questionamento que setores da sociedade fazem ao desenvolvimento baseado no agronegócio.
O coordenador das CEBs da Diocese Rondonópolis-Guiratinga, Juvenal Paiva da Silva, de 53 anos, ressaltou que o trabalho começa a partir de agora. “Vamos chegar em Rondonópolis, nos reunir com as bases, falar da importância de fazer um bom encontro e garantir um rico processo de formação.
Caminhada
Desde 2014 as CEBs de Rondonópolis pleiteiam sediar um Intereclesial, mas na época Londrina foi a cidade escolhida. Porém, a ideia foi mantida nas reuniões ampliadas, encontros entre dioceses, comunidades, padres e bispo. Além da diocese Rondonópolis-Guiratinga, as CEBs de Mato Grosso estão presentes em outras seis (Primavera do Leste-Paranatinga, Cuiabá, Barra do Garças, Cáceres, Juína e Sinop) e uma prelazia (São Félix do Araguaia).