29/01/2018 Regional Oeste II vai sediar próximo Intereclesial das CEBs Vem pra cá, vem pra cá, 15º Mato Grosso acolherá

Regional Oeste II vai sediar próximo Intereclesial das CEBs
Vem pra cá, vem pra cá, 15º Mato Grosso acolherá

“Rondonópolis assume o compromisso de sediar o 15º Intereclesial das CEBs, com a ajuda de todos vocês”. Com essas palavras Dom Juventino Kestering, de 71 anos, bispo da diocese de Rononópolis-Guirantinga-MT, divulgou a próxima sede do encontro que acontecerá em 2022. A delegação de Mato Grosso compareceu em peso e animou o anúncio da candidatura cantando o hino composto para apresentar o estado: “Vem pra cá, vem pra cá, 15º Mato Grosso acolherá”.

Portanto, o estado de Mato Grosso, Regional Oeste II, na cidade de Rondonópolis vai sediar o 15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (26) no ginásio Moringão, em Londrina (PR), na grande plenária do 14º Intereclesial, que reúne cerca de três mil pessoas do Brasil, além de Argentina, Paraguai, México, Alemanha, França e Itália.

A assessora do Regional Oeste 2, Maria Rossi e a Coordenadora do Regional, Maria Cleuza Feriani, apresentaram o processo de construção da proposta, que passou pelo conhecimento e aprovação de toda a base das comunidades, leigos, leigas e clero de Mato Grosso. Dom Juventino acompanha a delegação mato-grossense, composta de 140 lideranças de comunidades de base, entre lideranças pastorais, freiras e padres. O evento em Londrina tratou dos desafios urbanos, como violência, mobilidade e moradia.

O evento começou no dia 23 e se encerrou hoje à noite. Teve plenárias, grupos de discussão, celebrações, romaria e apresentações culturais. Também estiveram presentes 60 bispos, indígenas de 22 etnias e diversas igrejas e religiões.
O 15º Intereclesial das CEBs vai ocorrer em 2022, mas a partir deste ano o encontro já começa a ser organizado, com debates sobre o tema central (não definido até o fechamento da edição), diálogo com a população local, contatos com as Comunidades Eclesiais de Base do país inteiro e viabilização de estrutura.

“Quando nós olhamos a história da igreja da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, sentimos uma igreja conforme a igreja do Conselho Vaticano II e que sempre primou por uma igreja de comunidade”, comentou dom Juventino. O Concílio Vaticano II ocorreu entre 1962 e 1965 e revolucionou a atuação pastoral, principalmente na América Latina. Valorizou a presença do leigo na igreja e o engajamento nas questões sociais, como reforma agrária, demarcação de terras indígenas e valorização de suas tradições, defesa da população negra, autonomia das mulheres e um olhar especial para a juventude de periferia.

O tema do 15º Intereclesial pode ser definido até o fim do encontro, mas o frade dominicano e escritor Frei Betto, de 73 anos, que esteve no encontro, já aponta algumas questões. “Mato Grosso vai dar um grande alento às temáticas das CEBs. Eu ressalto o mundo indígena, o trabalho escravo e a questão ecológica”. Essa análise tem conexão com o forte questionamento que setores da sociedade fazem ao desenvolvimento baseado no agronegócio.

O coordenador das CEBs da Diocese Rondonópolis-Guiratinga, Juvenal Paiva da Silva, de 53 anos, ressaltou que o trabalho começa a partir de agora. “Vamos chegar em Rondonópolis, nos reunir com as bases, falar da importância de fazer um bom encontro e garantir um rico processo de formação.

Caminhada

Desde 2014 as CEBs de Rondonópolis pleiteiam sediar um Intereclesial, mas na época Londrina foi a cidade escolhida. Porém, a ideia foi mantida nas reuniões ampliadas, encontros entre dioceses, comunidades, padres e bispo. Além da diocese Rondonópolis-Guiratinga, as CEBs de Mato Grosso estão presentes em outras seis (Primavera do Leste-Paranatinga, Cuiabá, Barra do Garças, Cáceres, Juína e Sinop) e uma prelazia (São Félix do Araguaia).