No último final de semana 23 e 24 de julho aconteceu no Centro Nova Evangelização (CENE) – Cuiabá, o Seminário Regional de Catequese, tendo como tema: A Dimensão Celebrativa na Iniciação à Vida Cristã.
Irmã Ivone Hofer, coordenadora regional de catequese deu as boas-vindas e almejou um encontro cheio de graças e proveito. Participaram todas as dioceses e a prelazia, contou também com a presença de Padre Osmar Bezutte como assessor, do Bispo referencial da catequese – Dom Juventino Kestering além dos padres Jair dos Santos Arruda de São Félix do Araguaia e da diocese de Diamantino, Pe Odilo Hoepers. Após a oração inicial Irmã Ivone organizou o cronograma do encontro bem com outros serviços. Dom Juventino em nome dos bispos do Regional fez a saudação inicial e situou o encontro no contexto da caminhada pastoral do Regional.
Irmã Ivone encaminha a partilha das Dioceses/Prelazia de forma criativa e sintética as dioceses colocaram a realidade, com os avanços, desafios e passos. Percebeu-se que passos significativos estão acontecendo, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que a iniciação à vida cristã, como novo modo de catequese, seja implantada no processo educativo da fé no Regional Oeste 2. Há lindas iniciativas na dimensão da celebração, dos ritos, da participação da comunidade, da elaboração de material, da inserção na comunidade, de formação de cristãos adultos, éticos e comunitários.
Dom Juventino fez considerações e argumenta que o importante não é quantos passos já foram dados e sim a decisão de iniciar a caminhada da iniciação a vida cristã como projeto da Igreja envolvendo pastorais, movimentos e os presbíteros. Afirma que “que a iniciação é um processo que exige mudança no catequista, na família, no planejamento da catequese, na coordenação diocesana de pastoral, nos presbíteros e toda da diocese. Compreender que a fé é um introduzir, um processo com ritos, caminhada, momentos celebrativos, momentos de instrução, símbolos, oração. O catequista precisa vivenciar o processo. A catequese exige uma mudança de foco em toda a diocese” Lembrou também que a catequese precisa ir até aos assentamentos, aldeias indígenas, novos bairros e ir ao encontro das pessoas.
Após, Pe. Osmar Bezzute aprofundou o tema do Seminário: “A Dimensão Celebrativa na Iniciação à Vida Cristã”. No inicio da tarde Pe Osmar Bezutte continua o estudo esclarecendo sobre catequese e liturgia. “A liturgia é a ação do povo, com todos os sentidos envolvidos no que está acontecendo, todo o teu ser está em ação. A relação entre catequese é liturgia tem uma sólida ligação/tradição. O desafio é resgatar a intercomunhão da catequese com a liturgia”, apresentando também linhas formativas.
Afirma que “na liturgia celebrar a vida e fortalecer a fé, na catequese questionar a fé e transformar a vida. Sem um compromisso concreto e histórico com a comunidade e o mundo não há transformação, não há celebração pascal do mistério de Cristo na vida da gente. O RICA apresenta um tesouro precioso da tradição da Igreja que ajuda a perceber a catequese como um processo de iniciação à vida comunitária, onde a liturgia é ponto alto. Partindo da própria vida ajuda a encontrar no mistério pascal do Senhor, a alegria de viver, manifestado no compromisso com os irmãos a força da experiência do encontro com o Ressuscitado”.
O desafio de uma catequese celebrativa é tornar a catequese viva, fazendo com que as crianças, jovens e adultos tenham vontade de voltar a se encontrar com Deus, com a comunidade e com os irmãos. Pe. Osmar ainda insistiu na importância: O que é celebrar? O que celebramos? Quem celebra? Como celebramos? Quando celebramos? Onde celebramos? Por que celebramos?
Esclareceu também que a “catequese deve esclarecer a fé, dirigir o coração para Deus. Incentivar a participação nos mistérios litúrgicos, animar para o apostolado e orientar toda a vida segundo o Espírito de Cristo”.
Dom Juventino afirma que é “preciso a mudança da mentalidade, mudar a prática e como catequista estar dispostos a mudanças, pois é um processo de conversão para o caminho da Iniciação à Vida Cristã. Que se tenha um projeto amplo com todas as lideranças, padres e bispo para que o processo aconteça. O catequista precisa ser perseverante e aos poucos fazer acontecer a mudança”.
Um dos maiores obstáculos é a visão pastoral, o descompromisso dos catequistas, da comunidade. O que não se conhece, a gente não o faz. A catequese carece de um processo planejado e ausência da realização dos ritos. Conforme Pe. Osmar “através do batismo, como leigos somos consagrados, portanto ministros ou catequistas que tem conhecimento e realizar os ritos nas comunidades”. Dom Juventino insiste que a missão do presbítero na comunidade é fundamental, mas os leigos têm sua importância na caminhada. É preciso ter planejamento das atividades.
Que passos a catequese precisa dar para ser celebrativa? Precisa conhecer e fazer conhecido Jesus Cristo, pois a experiência de Jesus convoca para a missão de catequista mistagogo. Ainda: envolver a família, a união com as outras pastorais, conhecer e vivenciar os ritos celebrativos, aprofundar os estudos dos documentos da Igreja.
Em continuidade Irmã Ivone trabalhou o tema: “A Iniciação Cristã: Desafio Permanente”. Afirma que a “formação é permanente e precisa-se aprender, pois é um processo, um caminhar, um desafio, um educar neste caminho. No caminhar, apresenta-se um encantamento. Processo permanente que envolve a comunidade e requer conversão pessoal e estrutural”. Insistiu ainda que a “iniciação cristã não foi inventada nos dias atuais, ela vem desde o início da catequese, pois a iniciação leva a uma experiência com Cristo, é encontro, experiência de vida que encanta, empolga e apaixona o catecúmeno. É o início de uma caminhada, um itinerário, com diversas etapas, através das quais o catequizando adquiria maturidade, profundidade, transformação de sua vida, tornando-se um cristão adulto, discípulo/a missionário/a”. Alertou ainda que a “Iniciação é participar como membro ativo da vida eclesial, aprofundando o conhecimento, a celebração e a vivência da Palavra de Deus na interação fé e vida. A Iniciação é uma ação específica, que deve estar articulada com todas as demais ações eclesiais”.
A catequese precisa levar os catequizandos a entenderem que o sacramento é a consequência de uma caminhada na comunidade. A catequese deve fazer ecoar na comunidade. Quanto à Mistagogia: Tempo de inserção na vida da comunidade e na missão o plenário sinalizou: Incentivar os catequizandos para a missão. Que a catequese seja para formar verdadeiros cristãos, fazer com que os jovens permaneçam na comunidade, que a família ajude na catequese.
Nesse processo de iniciação à vida cristã é preciso atender a todos e não formar somente para a vida interna da igreja, mas para ser ético na profissão, no trânsito, respeito com o próximo, respeito nos negócios, na festa, na política. A iniciação é uma nova linguagem na Vida Cristã e leva tempo para acontecer a mudança, o aprendizado, requer perseverança e mudança de paradigma. Iniciação à vida Cristã sinaliza para uma nova maneira de viver a fé para o mundo de hoje.
No período da noite dom Juventino e irmã Ivone repassaram o resultado do Encontro dos Coordenadores Regionais de Catequese realizado em fevereiro deste ano em Brasília, bem como as prioridades para o próximo quadriênio, o documento 105 da CNBB sobre os leigos e leigas, a publicação das diretrizes do Regional Oeste 2 e informações sobre a Rede Eclesial Pana-amazônica (REPAM) com o objetivo de integrar as ações da Igreja na Amazônia.
O encerramento do dia aconteceu com a confraternização entre as Dioceses, onde cada uma trouxe algo para partilhar, sendo um momento de alegria e troca de experiências entre os participantes.
No domingo iniciou-se o dia com a Celebração Eucarística presidida por dom Juventino Kestering e concelebrada por Pe. Pe. Osmar Bezzute, Pe. Jair dos Santos Arruda e Pe. Odilo Hoepers.
Dom Juventino fez uma retomada do conteúdo trabalhado no dia anterior e em seguida tratou sobre o tema: “Catequese de iniciação à Vida Cristã, na dimensão celebrativa – desafio permanente” com base no documento da CNBB, nº 105 “CRISTÃOS LEIGOS E LEIGAS”. Insistiu que “o Concílio Vaticano II valorizou a fundamentação sacramental da Igreja e fez a redescoberta dos sacramentos da iniciação cristã. Na iniciação cristã tem-se a fonte e origem do discipulado e da missão. O batismo nos incorpora a Cristo, formamos um só povo, povo régio, sacerdotal. Entre todos os membros da Igreja “reina verdadeiramente igualdade quanto a dignidade e ação comum a todos os fiéis na edificação do corpo de Cristo”. Compreender e viver a Igreja é fundamental para entender e valorizar a vocação, a identidade, a espiritualidade e a missão dos cristãos leigos e leigas. Apesar do crescimento da consciência, da identidade e da missão dos cristãos leigos e leigas na Igreja e no mundo, ainda há um longo caminho a percorrer: Fazer com que a catequese se transforme em processo de inspiração catecumenal. A Iniciação à Vida Cristã há de caracterizar toda a catequese de modo que todos os membros da Igreja e os que nela se insere, aos que a ela retornam encontrem o Cristo Ressuscitado, façam verdadeira experiência do amor de Deus e se tornem autênticos discípulos missionários do evangelho de Cristo”
Após o estudo com dom Juventino, Irmã Ivone encaminhou uma avaliação e encerrou com a celebração de enviou com leituras, ritos, gestos e compromissos no Seminário Regional de Catequese do Regional Oeste 2.
Coordenação Regional de Catequese – Regional Oeste2